BBB8...GYSELLE, AUDIÊNCIA E EU

Vcs assistem o Big Brother Brasil? Eu sim. Vcs lêem blogs relacionados a ele? Eu sim. Lêem os comentários, enquetes e afins? Eu sim. E ufa, como me sinto idiota. Não por ser telespectadora de um reality show, nada disso. Mas sim por dá audiência a um programa com um nível de credibilidade tão rasteiro. Mas sim por dá "ibope" a um programa em que a escolha do público é motivada por preconceitos e infantilidades.

Antes de prosseguir devo explicar. Ao final do BBB7 decidi não acompanhar tão fielmente a próxima edição do programa, assim como já tinha ocorrido em outros anos, por achar que não valia a pena. Contudo, o fato de uma piauiense estar na edição 8 me fez mudar de idéia. E cá estou arrependida, decepcionada e achando que perdi meu tempo.

O formato do BBB já é conhecido, visto, analisado e revisto por todos. Logo, não acredito que alguém entre ali sem saber onde está se metendo. E nós, telespectadores, também não somos ingênuos. Sabemos que o programa é editado. Sabemos que assim personagens são criados, situações são deturpadas e personalidades são deformadas. Mesmo sabendo disso tudo, o chamariz do programa é tentador para muitas pessoas, inclusive para mim. Então, qual a minha decepção? A minha decepção é com o público do programa.

Ao contrário de pessoas xiitas, não acho que a culpa é toda da Globo. Que a Globo quer dominar nossas mentes. Isso é radicalismo de quem tem preguiça de pensar. A Globo peca ao tentar alavancar a audiência de um programa a qualquer custo: desrespeita a dignidade da pessoa humana ao colocar os participantes em situações que prejudiquem sua saúde (vide caso Juliana e Natália); desrespeita o público do programa ao criar suspenses desnecessários, posto que já sabemos qual será o desfecho(vide caso da liderança do Marcos). Além de, claro, editar os vídeos de forma a criar eventos que favoreçam sua recepção junto ao público. Poderia, enfim, dizer que a Globo manipula o resultado do programa. Entretanto, usar o tema manipulação assim seria apelar para o mais rasteiro, fácil e preguiçoso modo de ver os fatos. Prefiro observar o público, outro elemento fundamental nessa história toda.

Não o público-divina-abstração, mas um público que eu conheço: aquele que cria blogs e faz comentários nos mesmos. É essa fatia da audiência do BBB8 que é fonte da minha decepção. Não porque muitos deles pensam diferente de mim, mas sim porque suas opiniões são carregadas de preconceito, porque seus argumentos, em maioria, são incapazes de ir além do "é manipulação da Globo" ou da confiança cega naquilo que é mostrado pela edição. Lamentável ver, e não só saber que existem, pessoas que se comportam dessa forma.

É muita pretensão minha pensar que sou diferente. Se não sou, lamento por mim também. Mas não tolero o que leio por aí: palavrão não é humor , denegrir a imagem do outro também não. Claro que todos os bbb's sabem que estão sujeitos a qualquer tipo de julgamento, mas é muita ignorância do público valer-se de procedimentos maldosos para defender seu ponto-de-vista. E é isso que infelizmente tenho geralmente visto.

Agora, nada mais correto do que expor minha visão do jogo. Torço para a Gyselle. Ponto. Mas meu palpite é que ela não ganha.Explico. Inicilamente torcia pra ela pelo simples fato dela ser piauiense. Passados quase três meses do programa, continuo na mesma torcida, agora porque a vejo como a participante que usou a estratégia mais honesta com o público. Não vejo a Gyselle como a coitadinha-burra- pobre-do-piauí-isolada-pelo-grupo-porque-é-do-nordeste. Isso é besteira. Gyselle é inteligente, esperta e bonita. Entrou com uma estratégia e a colocou em prática. Muita observação e poucos conflitos. Se é uma estratégia interessante ou não cabe a cada um decidir. Mas é valida e foi logo revelada ao público. Gyselle não está ali para fazer amigos, postura assumida durante todo o programa. Ela foi coerente. Não é frieza, não é desprezo, é seu jogo. Cada um ali entrou com um em mente. É muita hipocrisia dizer que não. Com sua postura de afastamento, Gyselle, na minha opinião, acabou por mostrar-se a mais verdadeira na casa, pois eu não acredito em amizades instantâneas, que florescem em uma semana, ainda mais quando se está em um programa de televisão que dá um milhão de reais ao seu vencedor. Ora, ali todos são amigos de ocasião. E o que eu não suporto é ver a Gyselle sendo cobrada por atitudes afetuosas que ela não tem vontade de fazer. E essas atitudes, por serem tão intensamente mostradas pelos outros bbb's entre si, não é algo genuíno ao meu ver. São sim construídas para cativar o público.

Muitas opiniões sobre a Gyselle são embasadas por simplismos como os exemplos que seguem. A Gyselle não chora. Pra mim, ponto pra ela, ela é mulher, não um bebê. A Gyselle não toma banho. Dou-lhe o benefício da dúvida, posto que não a acompanho 24 horas por dia. A Gyselle é grosseira. Com certeza todos o são em algum momento. Já com a frequência que isso acontece com a Gyselle, pelo que é mostrado no programa e site oficiais, eu não tenho tanta certeza. E agora os argumentos piores: ela era prostituta na França. Pouco me importa isso. Importa o que ela mostrou ser no reality show(o BBB8, não a tal da Ilha da Tentação, pois lá não a vi). E ainda o ela vai ganhar dinheiro posando para a Playboy. Esses dois últimos exemplos são o que lamentavelmente sempre prejudicaram o caminho de uma mulher bonita ao prêmio máximo do Big Brother Brasil. Logo, juntando isso com a soma da popularidade dos outros três participantes que ainda estão na casa, não acredito que Gyselle vença o programa, embora torça para que eu esteja errada.

E quanto a Marcos, Natália e Rafinha? Devido ao comportamento infantil do trio não quero que ganhem a disputa. Poderia expor outros pequenos motivos, mas o determinante é que adultos medrosos camuflados de crianças não me convencem. Assim como Gyselle eles também fugiram de brigas, mas repito, não precisavam se passar por melhores amigos de infância para isso.

Finalmente, caro leitor, se você tiver conseguido chegar até o fim desse post, muito obrigada. Tentei ser clara e objetiva, se não consegui por favor me digam, é importante.